Tudo andava
tranquilamente, em nossa família, cada um na sua rotina diária, quando de
repente, uma “dor no estômago” diferente o levou para a emergência do hospital.
Com isso, após alguns exames, foi detectado o primeiro sinal da tal doença que
antigamente nem se podia falar o nome, o câncer.
Sim,
lembro-me bem como a médica nos chamou e em segredo nos contou baixinho, que as
imagens mostraram um, e apenas um nódulo no pâncreas, e este nódulo era
maligno. Como assim? Câncer? Fiquei gelada, coração acelerado, meu chão sumiu e
ainda tinha que dar suporte para a mamãe.
Comecei
a pensar acelerado, em qual providência tomar, qual médico com referência em CA
no pâncreas no Brasil procurar, além dos pensamentos que não queremos pensar...
Tem cura? Qual é a expectativa de vida?
Do ano
de 2012, quando tudo começou, prá ca, foram inúmeras consultas, exames, PET-CT,
octoscran, tomografias, ressonâncias, ultrassonografias, cirurgia como
pacreatectomia, esplenectomia, etc.
Quando
tudo parecia estar resolvido, veio a triste surpresa, metástase hepática. E
novamente ficamos sem chão. Em pouco tempo já iniciaram a quimioterapia,
enquanto ele entrou na lista de espera do transplante de fígado, pois nos
asseguraram que após o transplante ele estaria curado. E a espera não foi tão
longa, apenas 4 meses e lá estava o papai com um fígado novinho e a esperança
de cura chegou. Foram dois anos sem nenhum sinal qualquer de retorno da doença,
até que em um exame de rotina, lá apareceu uns poucos nódulos em determinadas áreas
da coluna vertebral.
O
pesadelo voltou, e com ele vieram a cada dia a multiplicação das células
cancerosas, e como consequência, uma dor infeliz que a priori se resolvia com
dipirona e depois apenas a morfina e mesmo assim por curto período de tempo.
Enquanto
isso, buscávamos outras alternativas, de tratamento não convencional, como os alimentos
que curam ou controlam o crescimento dos tumores, além da tão sonhada
fosfoetanolamina sintética, a pílula do câncer. Fomos atrás da fosfo, mesmo
ainda não reconhecida como medicamento pela Anvisa, ela se tornava a esperança,
nesse contexto de dor e sofrimento dele e de toda a família. Conseguimos através
de liminar na justiça, porém, o sonho azul virou pesadelo, pois além de não melhorar,
aumentaram os nódulos ao longo da coluna e as dores também.
Em
minha família fui a maior defensora da fosfoetanolamina, e na verdade continuo
acreditando no potencial desta substancia, porém, como ainda estão sendo feitos
testes clínicos, acredito que alguma coisa aconteceu no meio do caminho, algo
oculto ao grande público. Fala-se em mudança na fórmula original (faz sentido,
pois outrora os pacientes melhoravam os sintomas e os exames clínicos, e de uma
hora pra outra, outros pacientes começaram a ter dores horríveis e alguns foram
a óbito, o que é um tanto quanto estranho).
Após isso,
voltamos ao tratamento convencional, radioterapia (que aliviou 90% das dores
não necessitando mais de morfina) e quimioterapia.
Para auxiliar
e complementar o tratamento, seguimos na descoberta de meios alternativos, como
alimentos e plantas que aliviam as dores e melhoram a qualidade de vida do
papai. Hoje faz cinco anos que ele está doente, e nós, a família, sempre em
busca de dar o nosso melhor, nosso conhecimento e nosso amor, pois sabemos que
quando o CA acomete uma pessoa com câncer, toda a família se envolve. O que nos
resta é confiar em Deus e nos unir, pois
juntos somos mais fortes.