segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

A trajetória do câncer em nossa família


Tudo andava tranquilamente, em nossa família, cada um na sua rotina diária, quando de repente, uma “dor no estômago” diferente o levou para a emergência do hospital. Com isso, após alguns exames, foi detectado o primeiro sinal da tal doença que antigamente nem se podia falar o nome, o câncer.
Sim, lembro-me bem como a médica nos chamou e em segredo nos contou baixinho, que as imagens mostraram um, e apenas um nódulo no pâncreas, e este nódulo era maligno. Como assim? Câncer? Fiquei gelada, coração acelerado, meu chão sumiu e ainda tinha que dar suporte para a mamãe.
Comecei a pensar acelerado, em qual providência tomar, qual médico com referência em CA no pâncreas no Brasil procurar, além dos pensamentos que não queremos pensar... Tem cura? Qual é a expectativa de vida?
Do ano de 2012, quando tudo começou, prá ca, foram inúmeras consultas, exames, PET-CT, octoscran, tomografias, ressonâncias, ultrassonografias, cirurgia como pacreatectomia, esplenectomia, etc.
Quando tudo parecia estar resolvido, veio a triste surpresa, metástase hepática. E novamente ficamos sem chão. Em pouco tempo já iniciaram a quimioterapia, enquanto ele entrou na lista de espera do transplante de fígado, pois nos asseguraram que após o transplante ele estaria curado. E a espera não foi tão longa, apenas 4 meses e lá estava o papai com um fígado novinho e a esperança de cura chegou. Foram dois anos sem nenhum sinal qualquer de retorno da doença, até que em um exame de rotina, lá apareceu uns poucos nódulos em determinadas áreas da coluna vertebral.
O pesadelo voltou, e com ele vieram a cada dia a multiplicação das células cancerosas, e como consequência, uma dor infeliz que a priori se resolvia com dipirona e depois apenas a morfina e mesmo assim por curto período de tempo.
Enquanto isso, buscávamos outras alternativas, de tratamento não convencional, como os alimentos que curam ou controlam o crescimento dos tumores, além da tão sonhada fosfoetanolamina sintética, a pílula do câncer. Fomos atrás da fosfo, mesmo ainda não reconhecida como medicamento pela Anvisa, ela se tornava a esperança, nesse contexto de dor e sofrimento dele e de toda a família. Conseguimos através de liminar na justiça, porém, o sonho azul virou pesadelo, pois além de não melhorar, aumentaram os nódulos ao longo da coluna e as dores também.
Em minha família fui a maior defensora da fosfoetanolamina, e na verdade continuo acreditando no potencial desta substancia, porém, como ainda estão sendo feitos testes clínicos, acredito que alguma coisa aconteceu no meio do caminho, algo oculto ao grande público. Fala-se em mudança na fórmula original (faz sentido, pois outrora os pacientes melhoravam os sintomas e os exames clínicos, e de uma hora pra outra, outros pacientes começaram a ter dores horríveis e alguns foram a óbito, o que é um tanto quanto estranho).
Após isso, voltamos ao tratamento convencional, radioterapia (que aliviou 90% das dores não necessitando mais de morfina) e quimioterapia.
Para auxiliar e complementar o tratamento, seguimos na descoberta de meios alternativos, como alimentos e plantas que aliviam as dores e melhoram a qualidade de vida do papai. Hoje faz cinco anos que ele está doente, e nós, a família, sempre em busca de dar o nosso melhor, nosso conhecimento e nosso amor, pois sabemos que quando o CA acomete uma pessoa com câncer, toda a família se envolve. O que nos resta é confiar em Deus e  nos unir, pois juntos somos mais fortes.